Durante recente série de reuniões na fábrica de armamentos Degtyarev, em Kovrov, na região de Vladímir, o vice-primeiro ministro e presidente da Comissão Militar Industrial, Dmítri Rogozin, contou com a companhia habitual dos membros da Comissão Militar Industrial, mas dividiu as atenções com outra estrela: o ator de Hollywood Steven Seagal.
Durante o encontro, Seagal, que segundo descobriu-se é ligado a Rogozin por uma longa amizade, cumprimentou os veteranos de armas e aceitou o convite do vice-premier russo para examinar os lançamentos da Degtyarev.
“Discutimos a possibilidade de incluir Seagal nas demonstrações de qualidade das armas russas nos mercados estrangeiros a fim de promover a nossa marca no mercado internacional e nas grandes exposições internacionais e mostrá-las na comparação com os melhores modelos americanos e ocidentais em geral”, disse Rogozin.
Robótica
Quanto aos futuros investimentos da indústria armamentista do país, tudo demonstra que será formado um centro de robótica dentro dos moldes do novo consórcio Degtyarev. De acordo com Rogozin, esta será, se não a única, uma das principais plataformas para o desenvolvimento de robótica especializada.
A importância de sua criação foi explicada pelo vice-premier:
“Hoje é necessário travar as batalhas sem contato para que os nossos garotos não morram. Para fazer isso, é imprescindível usar os robôs de combate.”
Na opinião do chefe da divisão de apoio da informação do Instituto Central de Pesquisa em Robótica e Cibernética, Vladimir Pavlov, a proposta de Rogozin está correta.
“É muito bom ser definida uma fábrica onde é possível lançar algum tipo de sistema robótico de base. A fábrica Degtyarev é conhecida como uma planta boa, com boa tecnologia”, disse Pavlov para o jornal “Vzgliád”.
O especialista classificou como ruim a situação no país quanto ao desenvolvimento de robótica.
"Perdemos todas as posições que tínhamos nos anos 1970. Na época, a robótica militar era praticamente inexistente, falava-se principalmente sobre um componente industrial e de robôs para algumas pesquisas científicas. A aplicação na área militar começou mais tarde, quando foram obtidos alguns resultados positivos na criação de robôs. Mas nos anos 1990 veio o colapso geral na indústria e especialmente na ciência e quase todas as pesquisas nestas áreas foram suspensas”, mencionou o especialista.
Atualmente, segundo ele, só há bons exemplos do uso da tecnologia robótica com o Ministério de Situações de Emergência e algumas estruturas de segurança.
“Estes, é claro, não são exatamente robôs militares, mas dispositivos de emergência. Mas as relações entre o Ministério de Situações de Emergência e a Robótica são boas”, falou Pavlov, acrescentando que, justamente com os robôs industriais, que agora estão sendo desenvolvidos no mundo todo, a relação está ruim na Rússia.
O ministro da defesa, Serguêi Shoigu, também falou sobre o atraso da robótica nacional em relação aos modelos estrangeiros.
Os veículos aéreos não tripulados, sistemas robóticos terrestres e veículos submersíveis automáticos, que estão sendo desenvolvidos para o Ministério da Defesa russo, perdem para os estrangeiros similares em características táticas e técnicas, explicou Shoigu.
Em primeiro lugar, disse o ministro, isso se deve ao “atraso tecnológico das empresas, à fraca execução de contratos públicos e à falta de pessoal qualificado”.
Já o vice-ministro da defesa da Rússia, o coronel-general Oleg Ostapenko, disse que o ministério aguarda os resultados concretos da criação de robôs militares nos próximos dois anos.
“Houve uma reunião decisiva em que foram tomadas decisões cruciais para o desenvolvimento do sistema de robótica”, disse.
O assunto sobre a criação de robôs na Rússia tem sido bastante discutido há vários meses.
Publicado originalmente pelo vz.ru