Neurociência
Cidadão paraplégico será capaz de levantar da cadeira de rodas, dar 25 passos e inaugurar o evento com um pontapé
por Portal Brasil —Publicado02/10/2013 11:15,Última modificação02/10/2013 11:49
A abertura da Copa do Mundo de 2014, no estádio do Itaquerão, em São Paulo, será palco para um chute histórico - um cidadão brasileiro paraplégico será capaz de levantar-se de uma cadeira de rodas, dar 25 passos e inaugurar com um pontapé não apenas o evento, como a maior vitória da neurociência no mundo. É o projeto “Andar de Novo” (Walk Again Project), proposta considerada pela revista Scientific American uma das dez ideias que estão “além dos limites da ciência atual”. O projeto recebe o apoio da Finep, que disponibilizou recursos de R$ 33 milhões para apoiar a pesquisa.
Segundo o idealizador do projeto, Miguel Nicolelis, a ação vai ser um chute da ciência brasileira para toda a humanidade. “Esta é a forma que encontramos de comunicar para o mundo que existe uma nova neurociência, e ela pode transformar a vida de milhões de pessoas com lesões medulares”, afirma o cientista.
O “Andar de Novo” é possível graças a um exoesqueleto, uma espécie de prótese externa do esqueleto humano, “vestida” e controlada diretamente pela pessoa com deficiência. A ideia é fruto de mais de uma década de pesquisas da Interface Cérebro-Máquina (ICM), que possibilita a transmissão de impulsos elétricos cerebrais para algum receptor externo, que, por sua vez, entendem os comandos e o executam. As pesquisas têm origem no Instituto Internacional de Neurociência de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), baseado em Macaíba, na periferia da capital do Rio Grande do Norte, e na Universidade de Duke, nos EUA, onde Nicolelis é pesquisador.
Diferencial
O resultado das pesquisas de Nicolelis, única no mundo, vem de uma tentativa de um novo modelo de fazer ciência. “É investir na educação, dar espaço à criatividade para apostar na única coisa que faz sentido: a busca da felicidade”, diz.
Um dos grandes diferenciais do cientista foi criar, na periferia de Natal (RN), especificamente em Macaíba, um polo de ciência capaz de competir com os grandes laboratórios de neurociência do mundo. É um projeto educativo-social no qual são formadas crianças e adolescentes desde os primeiros anos escolares até o final do curso médio. Uma escola que não tem provas “porque o aprendizado está estampado no rosto de cada um”, orgulha-se Nicolelis.
Fonte:
Finep
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